Ele disse, porém, ter confiança de que a empresa vai superar a fase atual.
Levy diz que demora em aprovar imposto pode obrigar alíquotas maiores.
Cristiane CaoliDo G1, no Rio
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| O ministro da Fazenda, Joaquim Levy (centro) em evento no Rio nesta segunda-feira (23) (Foto: Cristiane Caoli/G1) |
O Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta segunda-feira (23 que a Petrobras terá que se reinventar "ainda mais" após a queda dos preços dos commodities (produtos básicos com cotação internacional, como petróleo, minério de ferro e alimentos, por exemplo). Ele acrescentou ainda que a estatal "é uma empresa que já mostrou que é capaz de se reinventar".
Levy destacou a queda do preço das commodities tem afetado também empresas de outras áreas. "Tanto na parte de minério quanto na parte de óleo, a mudança nos preços dos commodities têm impacto importante", afirmou."Resta pouca dúvida que há muita coisa para fazer na área de petróleo. A Petrobras está se reinventando, acho que ela tem que se reinventar ainda mais. É uma empresa que já mostrou que é capaz de se reinventar, e acho que se dermos espaço para ela respirar, tenho confiança que ela vai conseguir superar a fase atual e continuar fazendo coisas essenciais para o Brasil", declarou o ministro, durante evento, no Rio de Janeiro, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
De acordo com ele, esse momento é uma "grande oportunidade de a gente poder desenvolver uma porção de outros setores no Brasil e tornar ainda mais eficientes esses próprios setores", concluiu.
Ajuste fiscal e aumento de imposto
O ministro da Fazenda declarou ainda que o ajuste fiscal está quase concluído "do ponto de vista intelectual", contudo, que as medidas precisam enfrentar a questão política, de votação no congresso.
O ministro da Fazenda declarou ainda que o ajuste fiscal está quase concluído "do ponto de vista intelectual", contudo, que as medidas precisam enfrentar a questão política, de votação no congresso.
Estamos perdendo meses de arrecadação. Isso talvez signifique que você vai ter que aumentar o imposto mais do que o desejado? Talvez. Ou você vai ter que cortar os gastos mais do que tinha planejado? Talvez"
“Muita gente só pensa no ajuste fiscal. Acho que o ajuste fiscal é muito importante. Tendo em vista do ponto de vista intelectual, o ajuste fiscal está quase que concluído”, afirmou Levy.
O ministro avaliou que a meta de superávit primário de 0,7% do PIB para o ano que vem é "factível", mas destacou a importância da aprovação sem demora no Congresso das medidas relacionadas ao ajuste fiscal e ao Orçamento 2016.
O governo tem enfrentado forte resistência para a recriação da CPMF, o imposto sobre transações financeiras, considerado crucial pelo governo para colocar as contas em ordem.
"O que não foi votado em outubro, vai ser votado sei lá quando. Estamos perdendo meses de arrecadação. Isso talvez signifique que você vai ter que aumentar o imposto mais do que o desejado? Talvez. Ou você vai ter que cortar os gastos mais do que tinha planejado? Talvez." disse. "Se você vai postergando as coisas, é óbvio que 0,7 ao longo de um ano é uma coisa, 0,7 ao longo de 8, 9 meses é muito mais difícil... Então, 0,7 é factível, mas quanto mais tempo demorar, mais difícil será", concluiu.
Câmbio
O ministro afirmou ainda que há dois setores que podem trazer resposta rápida, "digo, em 2016", ressaltou, influenciado pela valorização do dólar: o turismo e a indústria.
O ministro afirmou ainda que há dois setores que podem trazer resposta rápida, "digo, em 2016", ressaltou, influenciado pela valorização do dólar: o turismo e a indústria.
"São setores competitivos a nível internacional. O câmbio que está aí, o turismo pode ser um fator de crescimento, relativamente de curto prazo. O próprio setor de petróleo do Brasil pode ser bastante competitivo, mesmo com o preço do petróleo baixo".
De acordo com ele, o setor de máquinas e equipamentos "pode desenvolver realmente uma liderança". Ele completou ainda que a parte da aviação tem hoje também uma "posição bastante forte".
Produtividade e política fiscal
O ministro ressaltou, no entanto, que uma questão que se coloca é a estratégia para aumentar a produtividade. De acordo com ele, "se a gente não resolver as questões fiscais, se a gente não resolver questões do gasto, a gente continuará tendo problema com a política monetária, com os juros, em longo prazo".
O ministro ressaltou, no entanto, que uma questão que se coloca é a estratégia para aumentar a produtividade. De acordo com ele, "se a gente não resolver as questões fiscais, se a gente não resolver questões do gasto, a gente continuará tendo problema com a política monetária, com os juros, em longo prazo".
"A dificuldade disso é que para o financiamento da nossa economia, se torna muito difícil dessa forma, porque os mecanismos tradicionais da produção estão esgotados. (...) o BNDES tem 60 anos, FGTS, a caderneta de poupança, tudo isso tem mais 50 anos, ou completa 50 anos, e quando a gente olha isso, tudo isso tem tamanho que já se esgotou".
"Quando a gente olha no médio prazo, ou seja, a gente está pensando na retomada, a gente descobre que meramente viver da caderneta de poupança ou de outros depósitos compulsórios, não vai acompanhar o crescimento do mercado imobiliário. (...) nessa nova arquitetura, que nos trabalhamos o credito livre, só vai acontecer se a gente tiver uma situação fiscal que permita que as taxas de juros a longo prazo cairem, o mesmo vale para o FGTS".
"O Brasil cresceu demais, é uma boa noticia isso. Isso quer dizer que 50 anos depois, o Brasil é grande o suficiente para buscar novos mecanismos", completou.
Fonte: G1









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