Munição extra Petistas esperam contar com mais um ingrediente para afastar Eduardo Cunha da presidência da Câmara: a abertura do processo contra ele na Lava Jato. Dirigentes da sigla acreditam que, se isso ocorrer, podem convencer procuradores a acionar novamente o STF com o argumento de que o peemedebista faz parte da linha sucessória de Dilma Rousseff. Como há um processo de impeachment em curso, ele teria de ser afastado do cargo diante de uma denúncia criminal aceita pela corte.
Gaveta Eduardo Cunha arquivou nesta quarta-feira (23) o primeiro pedido de impeachment de Michel Temer, proposto pelo deputado Cabo Daciolo (ex-PSOL-RJ). Ele apontava responsabilidade do vice em decretos de abertura de crédito sem autorização do Legislativo.
A fila anda A Casa recebeu novo pedido, assinado por um advogado, que também se baseia nos decretos. Cunha rejeitará. “Quando assinou, Dilma tinha conhecimento de estar em desacordo com a lei. A situação de Temer é diferente”, argumenta.
Coincidência Aos olhos do PT, não se trata de “obra do destino” que o parecer do TCU isentando Temer tenha saído na terça-feira e o arquivamento do pedido de impeachment, um dia depois.
Contrariados Apesar do discurso de que não se importaram com a decisão do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, de abrir para a imprensa a audiência com Cunha, aliados do peemedebista se queixaram de “tentativa de constrangimento”.
Mamãe Noel Dilma decidiu fazer um agrado especial às mulheres no indulto de Natal: vai conceder o benefício às condenadas a até oito anos por crime sem violência que tenham filhos menores ou com necessidades especiais.
Pindaíba A penúria financeira do PSDB em SP acirrou os ânimos de aliados de Geraldo Alckmin, José Serra e Aécio Neves. Os paulistas se queixam de que o comando nacional não ajuda a quitar a dívida de R$ 17 milhões da campanha de 2012. Falta dinheiro até para o aluguel da casa que abriga o diretório.
Vem pra urna Nas contas dos tucanos, dos cerca de 27 mil filiados, 8 mil devem participar das prévias para a escolha do candidato a prefeito da capital paulista. Ou 2.000 a mais do que em 2012.
Repeteco? Movimentos sociais já olham torto para o novo ministro da Fazenda, que levantou a bandeira das reformas trabalhista e previdenciária logo nos primeiros dias no cargo. “Passamos o ano gritando ‘Fora, Levy’. Teremos de entoar ‘Fora, Barbosa’?’’, diz um líder social.
Óleo quente Mal esquentou a cadeira de chefe da equipe econômica e Nelson Barbosa já está sendo chamado nas internas do governo de “ministro torresmo”: aquele que é “frito o tempo todo”.
Tem limite Bancos credores da Sete Brasil, criada pelo governo para fornecer sondas à Petrobras, dizem que o prazo limite para a definição de um acordo de pagamento é fevereiro de 2016. O vencimento do empréstimo, de cerca de R$ 14 bilhões, já foi prorrogado cinco vezes.
Pepino federal O Banco do Brasil e a Caixa fazem parte do sindicato de bancos que concedeu o financiamento. Itaú, Bradesco e Santander completam o time.
Banho-maria 1 Segundo um experiente advogado que atua em casos de recuperação judicial, a queda de braço entre bancos e empresas só começou.
Banho-maria 2 “Hoje o banco cobra, mas não executa a dívida. E a empresa pede prazo, mas sabe que não tem como pagar. Em breve, alguém terá de tomar uma decisão”, diz.
Presságio Ele diz que, depois do recorde deste ano, o número de recuperações judiciais deve explodir em 2016.
TIROTEIO
Se o relatório passar, será como ter dado uma bicicleta ergométrica de Natal para Dilma. É hora de acabar com tantas pedaladas.
DO SENADOR CÁSSIO CUNHA LIMA (PSDB-PB), líder da bancada, sobre o relatório pela aprovação das contas de 2014 de Dilma Rousseff no Congresso.
CONTRAPONTO
Só isso?
Presidente nacional do PRB, Marcos Pereira foi a Presidente Prudente, no interior paulista, lançar a pré-candidatura do empresário José Lemes à prefeitura.
Ao chegar à emissora de rádio local, foi recepcionado pela apresentadora que entrevistaria Lemes.
— E você? Quem é? — perguntou a radialista
— Marcos Pereira!
— O que o senhor é?
— Presidente do PRB.
— Não é deputado, senador, prefeito, vereador?
— Não. Só presidente.
— Só isso?
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