Imbuídos da alegria do Natal, somos convidados a volver o nosso olhar para a família do Menino Jesus e, por extensão, para as nossas famílias.
Apesar das dificuldades pelas quais os pais de Jesus Cristo passaram para encontrar um abrigo digno para o nascimento da criança, é impossível imaginar-se esta família triste após o nascimento do Menino Jesus. O anúncio feito aos pastores: “trago para vocês uma notícia que será alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é Cristo Senhor” (Lc 2,10), repercutiu, antes disso, na humilde gruta de Belém, onde Maria dera à luz ao filho Jesus.
A alegria daquela noite, certamente, teve continuidade ao longo da infância e adolescência de Jesus, que teve em São José e Maria Santíssima o amparo necessário para “crescer em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52). É por isso que, no domingo que segue ao Natal, a Igreja celebra a festa da Sagrada Família. Paramos diante do presépio e, além de olhar para o menino, também olhamos para o casal Maria e José, que estão ao lado do seu berço. E, antes de alguém pensar que esta foi uma família sem problemas, a liturgia nos induz a meditar sobre a reprimenda de Maria ao menino Jesus, depois que ele, aos 12 anos de idade, ficou entretido no templo com os doutores da Lei sem falar nada para os pais (Lc 2,41-50).
Quando olhamos para a Sagrada Família de Jesus, Maria e José, somos induzidos a também olhar para as nossas famílias. Temos as nossas alegrias e também as nossas dificuldades. Sempre precisamos ficar alertas para que as dificuldades não acabem em brigas e separações. Em Carta dirigida aos Colossenses (3,5-25), o apóstolo Paulo apresenta alguns indicativos que ajudam a manter a união na família: “revesti-vos de sincera misericórdia, bondade e humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição”.
Em muitas ocasiões, o Papa Francisco falou sobre a família. Em uma delas ele afirmou: “quando numa família não somos invasores e pedimos ‘com licença’, quando na família não somos egoístas e aprendemos a dizer ‘obrigado”, e quando na família nos damos conta de que fizemos algo incorreto e pedimos ‘desculpa’, nessa família existe paz e alegria”.
Faço votos de que a alegre notícia trazida pelos anjos aos pastores de Belém, encontre eco em todas as famílias da Diocese de Santa Cruz do Sul. Que em todas elas “haja união, compreensão e amor”. Que não haja crianças abandonadas, idosos desamparados, irmãos desunidos e casais sem amor. Que a Sagrada Família de Jesus, Maria e José a todos ilumine e ampare.
Autor: Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)
Fonte: Portal Católico
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