sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Brasileiro Adriano de Souza, o Mineirinho, é campeão mundial de surfe

Mineirinho comemora o título mundial de 2015. | Sebastian Rojas/FramePhoto/Folhapress

O melhor surfista do mundo mais uma vez é do Brasil. Depois de Gabriel Medina no ano passado, agora Adriano de Souza, o Mineirinho, conquistou o título do Mundial de Surfe. Nesta quinta-feira (17), ele venceu a etapa de Pipeline, no Havaí, e ultrapassou no ranking o australiano Mick Fanning, que caiu na semifinal.
Após 10 anos no Circuito Mundial, Mineirinho pôde enfim comemorar seu primeiro título em uma praia lotada de brasileiros. Ele foi carregado pelos torcedores logo ao sair da água após a vitória sobre o havaiano Mason Ho, na semifinal, que garantiu matematicamente a conquista.
A força de vontade de Adriano ajudou a inspirar uma geração de ótimos atletas do Brasil. Apesar de jovem, 28 anos, ele já é veterano no circuito e encabeça um grupo que foi apelidado de “Brazilian Storm”, a tempestade brasileira, que está ganhando respeito de australianos, americanos e havaianos, as nações tradicionais do surfe.
“Para ser sincero, não me sinto um veterano. Tenho 28 anos e muita lenha para queimar”, brinca Mineirinho, que teve antes do título como melhor colocação na elite o quinto lugar obtido nas temporadas de 2009, 2011 e 2012.
Após o título, Adriano lembrou do amigo surfista Ricardo dos Santos, assassinado em Santa Catarina no início do ano. “Eu dedico esse troféu ao Ricardo. Eu fiz uma homenagem a ele no braço, ele estará comigo para sempre, vou carregar a alma dele junto comigo”, disse.

A carreira

Com uma trajetória marcada por superação, Mineirinho, de 28 anos, vem de família humilde do Guarujá (SP) e sempre foi considerado um surfista talentoso. Para ele, o título mundial é a realização de um sonho de criança, que agora se tornou realidade.
Mineirinho cresceu num bairro pobre da cidade, o Santo Antônio, e sua casa ficava a 40 minutos da praia. Não tinha condições de ter sua própria prancha e muitas vezes dependia de algum parente para levá-lo à praia, geralmente nas Pitangueiras. Mas nada disso foi obstáculo para que ele pudesse se destacar nas ondas.
“Dedico esse troféu de campeão também ao meu irmão. Por 30 reais ele comprou uma prancha de surfe para mim, na época era muito dinheiro para ele comprar. E hoje estou no topo do mundo por 30 reais. Muito obrigado, meu irmão, eu te amo. Amo toda minha família. Não vejo a hora de ver vocês. Não vejo a hora de ver esse torféu gigante na minha mão”, declarou, emocionado.
A primeira façanha foi a conquista do Mundial Junior, em 2003, com 16 anos. Dois anos depois, ele foi campeão do WQS, a divisão de acesso. Em 2006, entrou para elite, onde permanece até hoje. Com seu suor, conseguiu vitórias e patrocínios, uma casa melhor para sua família e estrutura para se dedicar ao esporte.


Fonte: Gazeta do Povo e Estadão Conteúdo

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