quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Fazenda atribui rebaixamento às dificuldades do cenário político



O Ministério da Fazenda atribuiu a perda do grau de investimento do país pela agência de risco Fitch às dificuldades oriundas do ambiente político e à demora para a adotação de medidas para corrigir o déficit orçamentário de 2016. Segundo o órgão, não há hoje políticas voltadas para resultados fiscais consistentes, que possam garantir uma trajetória mais benigna de endividamento público.

Para minimizar o impacto do rebaixamento, a Fazenda destacou o fato de a Fitch apontar os efeitos positivos do realinhamento do câmbio ocorrido no ano, traduzido na redução em 33% do déficit em conta nas contas externas. Segundo a agência, depois do déficit comercial registrado em 2014, a balança comercial brasileira deve apresentar superavit de US$ 15 bilhões em 2015 e de US$ 31 bilhões em 2016. Mas isso é pouco perto do desastre que se está vendo na economia do país, com queda de mais de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e de mais de 2% em 2016. 

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A Fazenda ressaltou, em nota, a confiança na capacidade da economia brasileira de retomar um ciclo de crescimento. "Apesar dos indicadores de curto prazo e da incerteza atual, a economia brasileira tem fundamentos positivos e sólidos. O endividamento das famílias brasileiras é baixo, o que facilita a retomada do consumo, passadas as dúvidas sobre a política econômica. A base industrial é robusta e diversificada, capaz de reagir com presteza e vigor aos novos preços relativos", frisou.

A equipe do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que já avisou para a presidente Dilma Rousseff que não continuará no governo, afirmou que está confiante nos fundamentos da economia, e que o governo brasileiro e o ministério estão engajados em atacar os desequilíbrios fiscais existentes, buscando um orçamento de 2016 robusto, que proporcione sustentabilidade à dívida pública, confiança ao mercado e tranquilidade às famílias. Levy, porém, foi derrotado pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que conseguiu apoio de Dilma para que a meta fiscal do ano que vem seja flexível, podendo variar entre zero e 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). 

Segundo a FazendaPara alcançar seus objetivos fiscais, inclusive de superávit primário, o governo, tem exercido a disciplina no gasto discricionário e sinalizado a importância de enfrentar os gastos obrigatórios, inclusive da Previdência Social. Além disso, com o apoio da maioria do Congresso Nacional, tem promovido a votação de novas receitas, que respondam às demandas da economia e da sociedade, distribuindo o esforço fiscal de maneira equitativa entre os diversos segmentos de renda da população e criando um ambiente favorável à desindexação e ao financiamento, notadamente de longo prazo, da economia nacional. 


Fonte: Correio Braziliense

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