Há menos de seis meses os jornais lançaram luz sobre as articulações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para fazer de Fábio Ferreira Cleto, um aliado seu, o novo vice-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF). A história chegou ao fim nesta quinta-feira (10), com a publicação da exoneração de Cleto no "Diário Oficial da União".
Considerado forte aliado de Cunha, Fábio Cleto era responsável pela administração e operacionalização das loterias federais e dos fundos instituídos pelo governo federal. Nesta semana, Cleto, formado em administração de empresas pela FGV, foi reconduzido para representar a Caixa no comitê que avalia os investimentos do FI-FGTS (Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Reportagem de julho do "Estado de S.Paulo" mostrou a tentativa de Cunha de ampliar seus poderes sobre o bilionário fundo de investimentos que funciona como um "mini BNDES", aplicando recursos do trabalhador em infraestrutura, ao tentar emplacar Cleto na vice-presidência de Ativos de Terceiros da Caixa. Graças à aliança do Planalto com o PMDB, Cunha acabou se beneficiando.
Na época, os jornais também noticiaram que Cunha ameaçou colocar em votação um projeto contrário aos interesses do governo: a correção do FGTS, proposta assinada por Paulinho da Força (SDD) e Mendonça Filho (DEM), considerados grandes aliados do presidente da Câmara. A proposta era dobrar a correção do fundo de 3% ao ano para 6,17%.
O Planalto teria argumentado que a correção tornaria inviável a terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida, já que os financiamentos com juros subsidiados ficariam mais caros. Nesta quinta (10), com a exoneração assinada pela presidente Dilma Rousseff, mais um elo que o Executivo tentou estabelecer com a Câmara de Eduardo Cunha foi rompido.
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